Apocalipse Now !

Fim do mundo! Apocalipse now ! Dois momentos que retratam as consequências do caos e do colapso que estamos vivendo com a manifestação dos caminhoneiros. Na madrugada, de sexta-feira para sábado numa de uma das vias mais movimentadas de Brasília, a estrutural, no sentido do Plano Piloto para Taguatinga, eu conduzia meu carro praticamente sozinho nesta estrada e os carros que eu via, estavam parados e abandonados no acostamento e sem combustível, parecia cena de filme de ficção científica. Os postos que eu encontrei e passei ao longo da via, estavam fechados, mas mesmo assim, tinham filas intermináveis de pessoas que aguardavam serem atendidos no dia seguinte. E no dia seguinte, as filas eram cada vez maiores, assombrosamente quilométrica, apesar dos preços abusivos dos aproveitadores de ocasião. E o desespero das pessoas evidencia uma situação que nos faz refletir sobre o atual momento. Como foi que chegamos até esse ponto? Por que o governo demorou tanto para intervir nesta balbúrdia? Será que esqueceu que sua função primordial é de manter a ordem pública? Isso porque os manifestantes avisaram com antecedência o que iriam fazer (desde outubro de 2017). Só que ninguém deu a mínima. Nos EUA, isso tipo de coisa é levado a sério, quando alguém ameaça a segurança nacional, eles investigam toda ameaça e procuram evitar o pior, porém o serviço de Inteligência brasileiro e as autoridades governamentais deram mole e não se preparam para o pior e deixaram isso acontecer. É um castigo para um país que fez a escolha do transporte rodoviário em detrimento ao transporte ferroviário e hidroviário. Em razão disso, somos refém de uma categoria de trabalhadores. Para mudar essa realidade é necessário no mínimo uns quinze anos para que a mudança se torne efetiva, isso caso o lobby da indústria automobilística permita que isso aconteça. Enquanto isso, vivemos o nosso momento de Venezuela, como gostamos mesmo de imitar o que vem de fora, podemos considerar essa situação como um modismo de outono. Agora, te pergunto. Era esse Brasil que você quer para o futuro?