terça-feira, abril 21, 2020

Homenagem ao aniversário de Brasília - carta do meu pai

Gostaria de relatar as impressões e experiências do meu pai que foi pioneiro desta cidade e disponibilizar uma carta que ele me enviou e mostrar momentos que antecederam a inauguração de Brasília. Essa é a minha humilde homenagem a cidade do qual tive a sorte de nascer. Abaixo a carta dele em fac-símile : “No dia 24 de agosto de 1959, eu estava em minha residência na praia da Bica, Ilha do Governador no Rio de Janeiro, onde ouvi o discurso do Presidente Juscelino que durou mais de duas horas, contando as vantagens da mudança de Capital Brasileira para Brasília: Segui para Brasília no dia 25 de agosto e desembarquei no Aeroporto às 15 horas. Após desembarcar, comecei a enfrentar a poeira vermelho da cidade. Fui direto para a Cidade Livre (atual Núcleo Bandeirante), onde existiam as primeiras residências, feitas de madeiras. Hospedei-me em um sobrado verde onde funcionava o primeiro hotel da cidade. Na qualidade de antigo dono de serviço de alto-falantes em Caratinga – Minas Gerais, fui logo atraído pelo som e pelas músicas e pelos avisos, provenientes do serviço de alto-falantes do senhor Carlos Menezes Sena, que em alto e bom som chamava os pedreiros, carpinteiros e operários de outras especialidades que também acabavam de chegar em caminhões (Pau-de-arara), a maioria vindos do estado do Ceará para trabalhar nas construções dos ministérios e outros prédios com outras finalidades, inclusive residenciais. Era uma verdadeira festa e dali, eles já seguiam para escritórios das empresas que estavam precisando de trabalhadores. Emprego, era o que não faltava ! Lá eles eram divididos em grupos, selecionando quem trabalhava desde da manhã até as 12 horas, outra turma, de meio dia às 18 horas, alguns de 18h até meia-noite e finalmente as turmas que entravam a meia-noite iam até às 6h da manhã (num ciclo de 24h sem parada). Alguns mais fortes para faturarem um dinheiro a mais, trabalhavam pegando dois horários para ganhar mais um pouco. Todos com muita alegria e coragem ! Os salários eram pagos em dinheiro VIVO, semanalmente, no escritório da Novacap, a Companhia que administrava os trabalhos da construção de Brasília. Não faltava trabalho para ninguém, inclusive para pessoas que armavam pequenas barracas, aonde faziam e vendiam lanches, cafezinho e até refeições completas. Alegria era geral! A poeira vermelha e o sol escaldante não era problema, todos enfrentavam com naturalidade e muita disposição. O importante era BRASÍLIA ficar pronta para ser inaugurada no dia 21 de abril de 1960 ! Para felicidade de todos ! Depois da construção dos 11 Ministérios, (não havia este festival de ministérios que existe atualmente), eram apenas somente onze Ministérios ! O Presidente Juscelino Kubitschek, saía do Palácio do Catete no Rio de Janeiro, após o seu expediente, exatamente às 18 horas de cada dia e viajava de avião para Brasília e ia para um aeroporto provisório próximo ao Gama, onde foi construído o seu palácio que era chamado de Catetinho, onde ele dormia após vistoriar os trabalhos da construção e conversar com os operários para incentivá-los. No local onde estava sendo construído o prédio do Palácio do Planalto (Palácio Presidencial), a construtora instalou um serviço de alto-falantes onde tocava músicas nordestinas bem alegres, para incentivar os trabalhadores da construção que assim tinham mais ânimo e realmente produziam mais trabalho ! Era um ambiente de FESTA E ALEGRIA ! E muito trabalho realizado.” Edmilson Ferreira Lima (Pioneiro) e pai do Edilson Ricardo.

terça-feira, abril 07, 2020

Lázaro, Maria e Marta

O evangelho João 12,1 -11, narra um período que antecede a Páscoa. Jesus está com os seus discípulos em Bethânia, vilarejo que está nas cercanias de Jerusalém, ele está em visita à uma família que ele tinha muita estima e consideração. Eles eram três irmãos que adoravam receber Jesus como hóspede em sua casa. Marta se esmerava tanto para apresentar uma calorosa recepção ao Senhor, que ela, certo dia, se irritou porque estava entretida com os afazeres domésticos e Maria, sua irmã, estava assentada aos pés de Jesus, atenta ouvindo os ensinamentos do mestre. Sua irritação era tão grande que ela incluiu Jesus na acusação: “Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? ” E foi além, atrevendo-se a dar ordens ao Mestre: “Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me” e o Senhor retrucou Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada". (Lc 10.38-42). Jesus falava que as coisas de Deus são mais importantes. Marta estava mais preocupada em atender bem a ilustre visita e Maria que se preocupou em ouvir os ensinamentos de Jesus, demonstrou mais devoção e adoração ao Senhor. E em outro momento, foi quando da morte de Lázaro. Maria e Marta, mandaram chamá-lo, pois esperavam que ele o curasse, entretanto, Jesus demorou para chegar e elas tristes consideraram que houve uma indiferença por parte do Senhor. Quando ele chegou, Lázaro já havia sido sepultado há alguns dias e Marta não se contém e movida por grande desespero, desabafa: “Se o Senhor estivesse aqui meu irmão não teria morrido! ” Entretanto, Jesus com firmeza diz: “Se creres, verás a glória de Deus! ”. Então, ele dá o comando: Lázaro, vem para fora! E Lázaro ressurge dos mortos ainda todo coberto de faixas. E Jesus, conclui dizendo: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá (Jo 11.1-45). E agora, Jesus está a seis dias antes de ser crucificado, reunido com os seus amigos de Betânia participando de um jantar. Este é um momento peculiar, pois Jesus está a mesa reunido com uma família do qual tem grande apreço e estima, momento este de comunhão e fraternidade. Instante de tranquilidade que Jesus pode relaxar, pois daqui por diante ele será insultado, humilhado, acusado, condenado e morto injustamente na Páscoa. Durante o jantar, um gesto chama atenção do Senhor, é uma manifestação de amor e de louvor ao Cristo. Maria presta uma homenagem ao ungir e derramar aos pés de Jesus com um precioso perfume e enxuga com seus cabelos. Ela ofereceu a ele a melhor e mais preciosa coisa que ela tinha. O que despertou o comentário critico de Judas, que considerava um absurdo este desperdício, levando em consideração que tem muita gente pobre por aí opinou o discípulo. João Evangelista, o autor desta passagem, em seu versículo disse que Judas não falou isto porque tivesse preocupação com os mais pobres e sim porque ele era mau caráter e ladrão, para se ter uma ideia, ele traiu Jesus por 30 moedas e o perfume custava 300 moedas, então era dez vezes mais o valor que ele recebeu para trair o Cristo. Jesus justificou atitude de Maria ao dizer: “ Deixai-a, ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura. Pois sempre tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis”. (Jo 12,1-11). Jesus não quis desmerecer os pobres, pelo contrário, quis mostrar a importância daquele momento que poderia ser um dos últimos em que ele estaria entre eles, antes de sua partida e aquele momento merecia ser reverenciado, glorificado e engrandecido. Este evangelho nos apresenta a ressurreição de Lázaro e que esta passagem, nos inspire para sermos ressuscitados por Jesus para uma vida nova.

Botafoguense verdadeiro, botaguense raiz, botaguense casca grossa

Ser botafoguense não é fácil. Somos diferenciados porque somos intensos na nossa esperança e nada nos faz esmorecer. Nãos somos o óbv...